terça-feira, 9 de abril de 2013

Adão e Eva


Tenho um certo fascínio pela história bíblica de Adão e Eva. Quando ainda era um adolescente, que frequentava a missa e fazia curso de crisma, questionei o Padre a respeito das incoerências da história. A principal delas, a meu ver, era o fato de que Caim, filho mais velho deles, foi condenado ao exílio como punição pelo assassinato de seu irmão Abel. No entanto, Caim encontra uma terra chamada Node, onde se casa e constitui sua própria família.



Como era possível que existissem outras pessoas e terras no mundo, se Deus havia criado apenas Adão e Eva e esses tinham apenas dois filhos homens, até então? De onde vieram essas pessoas que habitavam a terra de Node?

A resposta que obtive foi o marco inicial da minha caminhada rumo ao agnosticismo. O Padre me disse que a história de Adão e Eva era simbólica e que eles não haviam sido pessoas reais. O significado do nome Adão era algo como "homem" ou "varão" e Eva significava "fertilidade", "fecundidade". Assim, Adão era todo homem e Eva toda mulher.

Em praticamente todas as culturas antigas existem mitos de criação. Cada povo tinha sua própria história sobre a origem do mundo e dos seres humanos. Quando soube do caráter simbólico do Gênesis, entendi que essa era apenas a versão dos hebreus para o mito da criação.

Esse banho de realidade não me fez desprezar a história do primeiro casal bíblico. Pelo contrário, passei a tentar entender outros significados ocultos naquela mensagem e que outras interpretações seriam possíveis.

Como exercício de escrita produzi alguns contos de ficção que reinterpretam a história original ou a transportam para outros tempos e realidades. A primeira delas está publicada abaixo e se chama "No Princípio". Nela vemos um ângulo diferente da atuação da Serpente e de como as coisas se desenrolaram e porque foram distorcidas posteriormente.

A partir de agora, postarei mais alguns textos desse tema, começando por um que já estava publicado no meu blog anterior: "Sozinho".

Espero que gostem.

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